Dia Mundial da Contracepção: como escolher o melhor anticoncepcional
Muito além da pílula. Com o passar dos anos, as mulheres tiveram acesso a outros métodos contraceptivos que permitem uma maior qualidade de vida e escolha na hora de decidir se querem ou não engravidar. E para celebrar e conscientizar ainda mais a importância dessa conquista, neste sábado (26) é comemorado o Dia Mundial da Contracepção.
Com uma lista imensa de opções no mercado, muitas vezes é impossível escolher e saber qual remédio atenderá sua demanda. Por isso na hora de escolher um anticoncepcional, é fundamental procurar a orientação de um ginecologista para não errar na escolha ou usar um medicamento por conta própria.
Vale lembrar que cada método tem uma quantidade específica de hormônios e age de forma diferente no organismo da mulher. Além disso, os anticoncepcionais podem ser divididos entre os de curta e os de longa ação. Abaixo, explicamos melhor quais são eles e como agem.
Métodos de curta ação
"Os contraceptivos de curta ação são aqueles que para atuarem com uma eficácia total precisam ser usados em intervalos curtos de uso único, como camisinha, pílula, injeção. São métodos que exigem que a mulher se lembre de aplicá-los e usá-los em intervalos regulares", diz Ilza Monteiro, ginecologista da UNICAMP e membro da diretoria da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).*
Outros exemplos são os adesivos, que liberam hormônios por meio da pele; anel vaginal, que ao ser colocado na vagina, libera hormônios pelo organismo; e diafragma, colocado na entrada do útero para impedir a entrada de esperma.
Os métodos de curta ação apresentam altos índices de eficácia, variando de 70% a 94%, a depender do método.
Métodos de longa ação
Esses chegaram ao mercado após dez anos da pílula e apresentam uma eficácia alta na prevenção da gravidez em um período longo. Não é necessário que a mulher lembre de tomar sempre o medicamento para que ele faça efeito. Além disso, ao parar de usá-lo, é possível engravidar tão rápido quanto outras mulheres que não utilizaram nenhum método.
Nessa categoria existem: o DIU mirena, que tem ação local e uma absorção de progesterona mínima, agindo somente no útero; o DIU de cobre, que libera íons de cobre no útero, imobilizando o esperma e dificultando sua mobilidade em torno da região; implante subdérmico, que libera progestagênio (que imita a progesterona), impedindo os ovários de liberarem óvulos.
Outro anticoncepcional que também entra nesta classificação, mas ainda é pouco difundido entre as mulheres, é o DIU de prata. O dispositivo não tem hormônio —os íons de cobre formam uma barreira que dificultam a mortalidade dos espermatozoides no útero, impossibilitando a fecundação do óvulo — e pode ser uma opção para quem o estrógeno é contraindicado (fumantes ou mulheres que tiveram trombose, por exemplo) ou se esquece de tomar medicamentos regularmente. O DIU de prata é retirado cinco anos após colocado. Logo, não é recomendado para mulheres que querem engravidar antes desse período.
Embora esses métodos mostrem eficácia e proporcionem uma segurança maior para a mulher, já que não é necessário lembrar toda hora de tomar, ainda há uma baixa adesão por parte do público feminino, de acordo com uma pesquisa publicada na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.
"Isso mostra uma falha de comunicação que precisa ser reparada para que as mulheres façam a melhor escolha de acordo com sua realidade, especialmente as jovens, pois é nessa faixa etária que os índices de gravidez não planejada são maiores", reforçou Monteiro que também participou do estudo.
*Com informações e fonte consultada pela Bayer
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